28 fevereiro 2008

Vamos brilhar outra vez



Tem gente que passa a vida inteira sozinha
Tem gente que acha que tá sozinha
E tem gente que chega em nossa vida pra ficar

Muitos procuram olhando pro chão
Outros procuram com medo de encontrar
Muitos procuram olhando pro céu
Buscando as estrelas distantes
E alguns, como eu, tem estrelas que caminham lado a lado
Estrelas como você, Bia

Lembra de quando nos conhecemos?
Você pegou meu celular e saiu correndo
Eu corri atrás de você e até hoje corremos juntos
Rimos juntos, pagamos micos juntos

Estrelas que brilham no céu juntas
Em uma constelação bem perto daqui
Uma constelação chamada Nossa amizade
Onde nossos sorrisos podem ser vistos por todos
E onde nossas loucuras brincam feito cometas no céu

Estrelas que não se cansam de brilhar…
Agora podemos olhar para o céu que criamos
Levante sua mão junto comigo, isso…
Ligue as estrelas do nosso céu
E elas sempre vão dizer Te amo

Felipe Gangrel para Bia

Nossas ondas



Mude sua mente essa noite
Deixa eu te fazer lembrar de quando nossas asas batiam juntas
Nossas pequenas asas cresceram e buscaram o sabor dos ventos
Lembra de quando traziamos a lua pra mais perto?
Lembra de quando só ela era nossa cumplice?
O tempo passa
Mas, como ondas, ainda buscamos a praia um do outro
Nos encontramos em ondas. Nossas ondas…
Lembra de quando dissemos as palavras ditas por muitos?
Ou de quando aprendemos com o outro o que ninguém nunca ensinou?
Diziamos olá ao paraíso
Íamos do céu ao inferno
Dançavamos a dança dos demônios e dos anjos
Fechavamos os olhos pra ver na mesma direção
Não havia medo, não havia nada além de nós
Em nossos corpos a Terra prometida…

Olhe pro céu essa noite
Ela ainda está lá, disfarçada como se nós não soubéssemos
Sussurrando em nossos ouvidos
Quem sabe um dia poderemos voar alto outra vez?

Felipe Gangrel

Na sua janela




Não se preocupe comigo

Estou bem, sentada aqui na janela

Percebeu a boa visão que você tem daqui de cima?

Alguma vez já parou para conversar com os pássaros?

É, eles não costumam falar muito


Você ainda não se levantou

Gostaria de poder ficar mais algum tempo com você, bem ai

Seria tão bom passar mais uma noite

Olhando você dormir e ver você sorrindo

Mas aquele porta-retratos se quebrou


Eu costumava cantar pra você

Enquanto você sonhava longe daqui

Eu costumava imaginar que isso não teria fim

E você…

Bem, você sorria, e isso era o suficiente


As palavras começam a voar pela janela

Eu ainda estou sentada aqui tentando entendê-las

As palavras começam a voar pela janela

E eu pulo do último andar cantando seu nome


Pena você não estar mais perto de mim

Enquanto o chão se aproxima

Você vai olhar pra mim agora?



Felipe Gangrel

Quem sou eu?



Quem sou eu?

Não, quem eu fui…
Eu fui um degrau em sua vida
Um degrau pra ela poder chegar ao céu que eu queria
Um degrau pra ela poder sentar e chorar
Um degrau na escada dela…
Agora sou apenas um degrau

Quem sou eu?

Não, como estou…
Não estou bem
Estou confuso, estou errado, cansado
Cansado de tentar ser a paz que eu não era
Cansado de não encontrar a paz nela
Agora me deixa sentado aqui vendo a chuva

Quem sou eu?
Não, o que eu quero…
Eu queria poder fazer o tempo voltar
Mas não adiantaria nada se a culpa foi minha
Eu queria poder voltar não antes do erro
Mas antes… pra poder dizer a verdade
Agora o tempo não pode voltar, não pra mim

Quem sou eu?
Acho que já estou entendendo
Sou igual a você
Sou humano como você
Sou alguém que errou muito,
se arrependeu dos erros e voltou a cometê-los
milhares de vezes…

E agora?
Agora é hora de acordar
e tentar fingir que tudo isso foi só um sonho
É hora de continuar a mentir pra mim mesmo
Hora de fingir que não vou sentir sua falta
É hora de entender que estas palavras não vão mudar o que fiz
Que não vão mudar os erros, as mágoas, as lágrimas
Mas é hora de ter esperança de que um dia eu aprenda

É hora de encontrar um degrau pra sentar e esperar que você me ensine a viver

Felipe Gangrel