15 março 2008

Oitenta e cinco



Ela sentou-se ao meu lado no banco
Ou fui eu quem se sentou ao lado dela?
Só sei que rimos um para o outro quando isso aconteceu
Ela me contou uma piada sem graça
Porque será que ri tanto?
Talvez eu não precisasse entender

A gente acorda e olha pra cara do outro já rindo
Depois ela joga o travesseiro na minha cara
E eu?
Bem, faço cócegas nos pés dela
Porque acho engraçado vê-la morrendo de rir
E brava comigo ao mesmo tempo

Passamos o dia nessa loucura
Nossa magia é viver cada sorriso
E ter um ao outro
Em cada pequeno detalhe
Em cada verso de uma canção
Talvez tudo tenha nos mantido tão juntos
Por todo esse tempo

Um dia, um ano... Oitenta e cinco anos
E ainda temos a ‘sei lá o quê’ que nos mantêm tão juntos
Talvez olhar para cada marca
E encara-las não como marcas de tempo
Desses que não podem voltar
Mas ter carinho por elas
Simplesmente porque são marcas
De um amor que resiste a tudo

Você pode achar que somos dois loucos
Não deixa de ser verdade
Somos loucos porque encontramos
Uma forma de amor que não conhece o fim
Somos loucos porque você não precisa
Entender o que estas palavras disseram

Você pode não acreditar em nossa idade
Mas escrevi cada linha pra dizer
E que eu ficaria feliz em viver minha vida assim
Porque vivemos o casamento perfeito
E não faltaria muito pra passar a eternidade
Vivendo feliz pra sempre

O banco ainda está lá
Ainda posso ver nóis dois
Eternos enquanto fizermos ser
E ninguém precisa nos entender

Felipe Gangrel para Ana Luiza

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