14 fevereiro 2009

Quarto 312



Emily não sente o calor do sol na pele branca há tempos.
Quarto 312. Visão privilegiada para um muro pintado de branco.
Na cama fria olhos insones que dormem no teto.
Emily das asas quebradas pelo tempo espera o dia nascer.
Amanhã será um dia especial para ela.

14 horas. A hora em que Emily esboça seus únicos sorrisos.
Dr. Martin Wright, psiquiatra, visita Emily frequentemente.
A voz calma de Martin parece ser a única droga que a mantém
E ele parece ter mais problemas que a paciente. Eu sei
Reabilitação assistida ou um bom plano de fuga?

Três anos de cuidados. Ele poderia ter entregado o caso. Três anos...
Três anos e um segredo que ele escondia de si.
Três anos se passaram ali ao lado dela.
E ele se perguntou se tudo aquilo não havia sido um erro.
Apaixonar-se por ela? Apaixonar-se? Quem o culparia?

Em todos os anos de estudos, livros e noites em claro.
Ninguém o alertou sobre um risco tão bobo
Um problema tão grande, mas que desaparece quando ele a olha nos olhos.
O sorriso de Emily e os sonhos presos por dentro
A culpa de Martin pelas drogas que a prendiam junto a ele
Você o culparia?

Felipe Gangrel

4 comentários:

  1. original e surpreendente :)
    gostei!
    continue escrevendo Felipe *_*

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  2. culpar?!
    nao msm!
    e se o q ele sente se justifica a cada olhar dela q ainda detem o minimo de lucidez.que eles vivao tao belo querer!
    o texto eh incrivel!
    q a cada dia sua inspiraçao t permitar criar um milhao de textos como esse!!
    saudades de vc!!
    =**

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  3. agora compreendo o significado de Martin Wright...fluxo de consciência e introspecção...texto puramente isso...uma problemática da vida real que surte efeitos na mente...interessante

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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